O Anjo Ferido - Hugo Simberg |
Pobre criança eu sou, sempre agindo por impulso e sempre perdendo aqueles que aparentemente poderiam me atribuir, me acrescentar em algo de luz em minha vida. Engano... a vida por si só, excreta esses parasitas que teimam em entrelaçar-se no meu caminho emaranhando-se como se não houvesse mais solução para todo o mal causado sordidamente.
Olho para o alto e vejo nuvens brancas e um céu tão azul, mas quando foi que percebi que não voava? Alias, quem vou que me ensinou a não voar, a ter os pés no chão sem nunca ter sentindo o sabor das nuvens, da luz ofuscando em meus olhos verdes. Pobre ser eu sou, tão condicionado ao fracasso e a solidão, na mão do acaso sem nenhuma perspectiva de vitória... alias, com quem luto? Preciso vencer de quem mesmo? Da vida... acho que não, ela mesma me ajuda me ensinando coisas que nunca pensei em aprender.
Hoooo Asas, onde é que tu estais! Preciso de vos para chegar até o olimpo e ficar entre os deuses e beber do néctar de ambrosia sagrado. Dei-me conta o motivo de não ter asas, alias terem me tirado o direito até de sonhar. Querer esta entres os deuses não é algo a se deixar passar, foi necessário sim ter interferência de algo maior.
Porém, Preciso voar, preciso sair das trevas, preciso sentir o gosto das nuvens, preciso sentir o brilho do sol ofuscando meus olhos verdes, preciso não ter medo de pular do precipício e sorrir. Esse peso em minhas costas... o que será isso? Não suporto mais isso. Preciso sair dessa escuridão...
Palavras soltas, palavras ao vento... onde estão minhas asas, preciso delas para continuar a viver e sorrindo a cada dia.